Obrigada Simone Penna, por descrever tão ricamente seu passeio e falar da acessibilidade e dificuldades que encontrou em sua viagem!
Viagem Acessível agradece a colaboração! Débora Pedroso
Então… fui convidada dar fazer um resumão da minha experiência no quesito acessibilidade, por minha amiga Debora Pedroso e desde já agradeço o convite.
Vou me apresentar a vocês, meu nome é Simone, sou de Brasília, onde nasci, pós graduei-me, trabalhei, cumprindo todo o meu tempo contributivo, hoje estou aposentada e tenho muito orgulho de minha trajetória no serviço público. Sou casada, mãe e me tornei cadeirante ainda criança, (1979) tive (Mal de Pott).
Gosto muito de viajar, e sempre estou de olho, na acessibilidade em todos os lugares que visito, (coisa que só observa quem dela precisa né!)
Essa última em particular, fomos ao estado de Santa Catarina descemos no aeroporto de Navegantes, olhem a descida com aquelas cadeiras de descer escadas… Tenso, mas o pessoal bem treinado, vida de cadeirantes…
HOTEL: Nos hospedamos em um ótimo hotel em Itajaí, adaptado, novinho e moderno. (Pesquiso muito antes).
Conhecemos menos o lugar do que pretendíamos, pois era temporada alta e estava tudo lotado,
Em Itajaí almoçamos no Bokerão Dupera, comemos meca (um peixe) maravilho super recomendo, (o prato e o restaurante), que fica na vila gastronômica de Jatai, de frete ao porto, que foi outra experiência maravilhosa nunca havia estado em uma cidade portuária.
Fomos ao Beto Carrero, na esperança de conhecer o parque em 1 dia, mas o local é imenso e foi missão impossível, a acessibilidade do local é muito boa, encontrei banheiros adaptados, rampas em todos os locais, mas sempre tem um mas ….
Na entrada do parque tem as scooter pra você alugar, só que nenhuma delas é reservada para PCD, ou para pessoas com mobilidade reduzida, pagou levou, fiquei sem, todas já estavam alugadas, (ponto negativo). Na apresentação do SHOW ACQUA, a área reservada para os cadeirantes era horrível a cadeira ficava inclinada super desconfortável, (outro ponto negativo, será que ninguém reclamou? eu reclamei.).
Agora o show dos carros foi espetacular… E o acervo também, espero que com a morte dele, esse trabalho de uma vida, não se deteriore.
Visitamos muitas praias, mas não encontrei acessibilidade.
Na segunda parte da viagem, alugamos um carro rumo a Curitiba, e fomos conhecendo mais e mais praias, trajeto lindo!
Curitiba optamos por conhecer locais mais afastado do centro fomos a Morretes, dizem que o nome da cidade, faz referência aos morros do lugar, infelizmente perdemos o trem, literalmente falando, (dormimos muito) . Daí descemos pela estrada da graciosa, que é um espetáculo à parte, gente parecia que estávamos na Europa, tudo muito lindo, a vegetação belíssima e preservada, hortênsias pra todo lado, rodeada por morros e com muitas cachoeiras, claro inacessíveis para a cadeira, mas não, para os meus olhos.
Chegando a Morrertes fomos a estação do trem, construída a mais de 2 séculos e ainda está em funcionamento. Espetacular…Na estação tem rampas e o banheiro tinha acesso.
Agora só estando lá pra ver aquilo, os trilhos ficam grudados na pedra. Tem uma estória bem louca sobre o construtor, mas fica pra outro momento…
Peguei esta foto da internet só pra ilustrar o que falei…
O local tem muitos restaurantes e o prato típico da região é chamado de barreado: carne bovina cozida por muitas horas numa panela de barro lacrada.
Mas cadeirantes se preparem, pois todo o acesso no local é no bloquete, minha cadeira sofreu, mas valeu a pena, ver os casarões antigos preservados, o artesanato e os músicos locais.
Depois fomos a Antonina, mas um local lindo perdido neste nosso Brasil, com diversos atrativos turísticos, mas pela beleza do lugar achei o turismo pouco explorado e sem acessibilidade.
A fábrica artesanal de balas de banana pertence à mesma família a gerações, é marca registrada de Antonina, a bala de banana é deliciosa e tem ela com: pimenta, canela, gengibre etc..
Vocês não tem ideia de quantos quilos adquiri nesta viagem, mas já voltei pro meu pilates, Tudo resolvido. Espero que tenham gostado e que eu, tenha conseguido em palavras descrever o privilégio de ter conhecido estes lugares maravilhosos, mas ainda muito carente em se tratando de acessibilidade.
E sendo paraplégica t5, minha lesão é alta e quase não tenho controle de tronco, uso cadeira manual monobloco e consigo me virar legal, mas em muitos lugares que visitamos, tive que ter ajuda, devido aos bloquetes, a falta de rampas etc., já quem tem uma cadeira elétrica, terá mais facilidades, mas acredito que mesmo assim, precisará de ajuda em certos trechos. Ah… já ia me esquecendo no Beto Carrero pagamos meia entrada, e usamos o FREMEC, nas passagem aéreas, fica a dica.
Até a próxima pessoal…
Simone Penna